terça-feira, 18 de maio de 2010

Como escolher um Saxofone?

O sax sempre foi um instrumento elitizado. Um sonho de consumo que permitiria chegar a forma de expressão artística mais fascinantemente encantadora, além de ser extremamente charmoso, e por conseguinte, sinônimo de “status”. Os grandes fabricantes do início do séc. XX fizeram deste período o mais criativo, requintado e o mais importante da história na sua produção. Compunham uma miscelânia de obra de arte e jóia preciosa que ajudou a perpetuar o desejo insaciável por este instrumento.

A produção de saxofones é históricamente reconhecida e imortalizada pelos franceses com o SELMER, criando o mito à partir da década de 30 com o Balanced Action até a década de 70 com o Mark VII, passando por vários modelos e inovações mecânicas e ergonômicas. Anteriormente, com os americanos, CONN, BUESCHER, KING e MARTIN; posteriormente com os alemãs B&S e JULIUS KEILWERTH, e os japoneses YAMAHA e YANAGUISAWA.

Hoje, o mercado nacional é dominado pela Yamaha, líder absoluta na preferência dos jovens consumidores, por dispor todo seu “Know How” a favor de um excepcional aproveitamento didático. Seguida de perto pela JUPITER (Taiwan), ainda com muitos modelos e séries desconhecidos dos brasileiros, mas com excelentes resultados no mercado. Porém, quem realmente fez a diferença no nosso mercado (bem no início do século XXI) derrubando os preços, foi a febre invasora de instrumentos de sopro chineses, os pejorativamente chamados “CHING LING”, por não terem nenhum compromisso eminente com o alto padrão de qualidade exigida nos conservatórios e universidades, nem com as mínimas necessidades dos estudantes_ como boa sonoridade e projeção, afinação e ergonomia.

Então, dentro desta diversidade, como proceder para escolher o seu primeiro saxofone?

1. Decida o valor máximo do seu investimento_ Este número incidirá entre R$1.000,00 e R$5.000,00 aproximadamente, se for um sax alto (este é didáticamente aconselhável); os tenores e sopranos dentro de uma mesma marca e modelo, são mais caros e impõem um pouco mais de dificuldade aos seus estudos;

2. Escolha uma marca com o melhor histórico de aceitação_ Pesquise bastante, converse com profissionais e/ou estudantes experientes;

3. Faça uma compra racional_ Entenda que na compra de um sax dentro do que apresentam-lhes como sendo um “BOM CUSTO-BENEFÍCIO”, (que já virou lugar comum) a perda do seu investimento é instantânea e substancial;

4. Observe aspectos como:

4.1. A Regulagem

  • Ergonomia (Qual o sax mais confortável? Compare! Analise alturas de chaves, o peso das molas, a resposta mecânica e ângulo de abertura do todel);
  • Mecanismos com dois tempos, movimentos seccionados são frequêntes?
  • Existem degraus entre chaves (comuns entre: Dó3/Ré#3, Si4/Fá5 frontal e Sib2/Si2/Dó#3/Sol#3e4);
4.2. Vazamentos

No caso de instrumentos novos, podem ser causados por bocas amassadas, sapatilhas mal colocadas e qualquer chave, haste ou coluna fora de lugar, considere até falhas como campana torta, etc.

4.3. Sonoridade e Projeção

É importante ouvir o instrumento, avaliar seu timbre e como é lançado este som, qual o seu alcance; análogamente, projeta em IR (som direto de pouco alcance) ou como Bluetooth, uma projeção que envolve todo o ambiente?

4.4. Acabamento

Inclui uma análise dos pontos de solda, da ressistência estrutural e da cor do seu futuro instrumento. Podem ser laqueados, niquelados, dourados, prateados ou coloridos; prefira o que envolvem metais nobres, isto valoriza seu sax, sonora e monetáriamente.

4.5. Recursos

Refiro-me a opções de digitação que lhes proporcionarão mais conforto e principalmente mais velocidade; são estas, partes integrantes da grande maioria das linhas de produção: o Fà Sustenido da 3a. oitava (F#5), o Fá frontal (F5_ localiza-se ligeiramente acima da chave do Si3/Si4), Si Benol na mão esquerda (Sib LH), Sol Sustenido articulado (este pode ser acionado também por qualquer outra chave_ B2, Bb2 e C#3_ que compõe um conjunto de mecanismos chamado mesa.

A aquisição de um saxofone deve ser orientada, mais pela razão do que simplesmente pelo calor da emoção no momento da escolha do seu primeiro instrumento.

- Pareço gélido e sem coração ao transmitir-lhes isso, mas pense no seu futuro como instrumentista, você merece o melhor desde o início de sua carreira; e definitivamente você não tem que tocar o suficiente para adquirir o sax do seu sonho, ele é quem te conduzirá ao sucesso!

Origem das notas musicais

 Ut queant laxis              Para que possam
 REsonare fibris              ressoar as maravilhas
 MIra gestorum              de teus feitos
 FAmuli tuorum              Com largos cantos
 SOLve polluti                apaga os erros
 LAbii reatum                 Dos lábios manchados
 Sancte Ioannes.            Ó São João.



O hino o qual deu início a esta seção, escrito pelo monge Guido d'Arezzo (995 - 1050), é o responsável pelo surgimento dos nomes das notas musicais dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, as quais hoje se tem conhecimento. D’Arezzo nomeou as notas conforme as sílabas emdestaque, como se pode ver no hino a São João Batista. Pode-se notar que a primeirasílaba, “Ut”, não se assemelha a nenhuma das notas musicais citadas anteriormente.
Porém, esta é a equivalente a nota “Dó”. Não se sabe muito bem o motivo de se batizar a primeira nota de Dó. Existem, porém, historiadores que definem a hipótese desta nota ter sido rebatizada em homenagem a Giovanni Baptista Doni (devido à primeira sílaba de seu sobrenome), por ter proposto dó, em vez de Ut, para melhor soar o hino a São João Batista.
Entretanto, as notas musicais ainda recebem algumas variações. A cada uma pode ser acrescentado o símbolo “b” (bemol) ou “#” (sustenido), tendo como resultado uma diminuição ou aumento de tonalidade (freqüência), respectivamente. Desse modo, em vez de uma escala de apenas sete notas, dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, pode-se ter a escala:

dó, dó#, réb, ré, ré#, mib, mi, mi#, fáb, fá, fá#, solb, sol, sol#, láb, lá, lá#, sib, si, si#, dób,

chamada escala natural.