terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Elementos do Jazz


Muito já se escreveu sobre a dificuldade de se definir o jazz. Uma corrente de pensamento afirma que o jazz não é o que se toca, mas sim como se toca. De qualquer modo, pode-se afirmar com certa confiança que dois elementos são absolutamente necessários numa performance de jazz: o swing e a improvisação.

Nenhuma apresentação ou gravação de jazz está completa se não contiver algum trecho improvisado. Uma peça de jazz 100% escrita e fixada na partitura é uma contradição - o que, diga-se de passagem, indica que peças como a "Suíte para Flauta e Piano de Jazz", de Claude Bolling, embora muito agradáveis de se ouvir, não são propriamente jazz. Fazer jazz significa assumir um risco - o risco de se confrontar com o silêncio e preenchê-lo com um discurso inédito e próprio, o risco de ser um "compositor instantâneo", como dizia Charles Mingus.

O conceito de improvisação, em si, não apresenta grandes dificuldades para ser entendido, embora exija anos e anos de dedicação para ser posto em prática. Trata-se de tecer - em tempo real, no exato momento em que se está tocando - variações em torno de algo que serve de base: a linha de uma canção que serve de tema, uma sequência de acordes, alguns intervalos melódicos, uma tonalidade.

As variações têm uma longa tradição na música clássica ocidental: grandes compositores escreveram ciclos de variações, explorando até o limite o potencial de seus temas. Na Renascença já era habitual tomar como tema uma canção popular e fazer variações sobre ela. Isto era chamado na Inglaterra de divisions on grounds e na Espanha de diferencias sobre bajos ostinados. Os instrumentistas, que freqüentemente eram também compositores, competiam entre si, cada um tentando sobrepujar os rivais em virtuosismo e engenhosidade.

Assim como as variações, a improvisação não é uma invenção moderna. Bach era um improvisador de mão-cheia (e improvisava fugas, sendo que a fuga é a forma mais estruturada e complexa de toda a música!). Se Bach tivesse nascido no século XX, sem dúvida seria um jazzman... Na Renascença já havia o costume de se apresentar peças de caráter improvisatório e de forma totalmente livre, denominadas fancies (em inglês) ou fantasias (em espanhol), nas quais o executante dava largas à sua imaginação. Muitas dessas fantasias e coleções de variações foram registradas em partitura, e assim podemos reviver e apreciar, depois de séculos, ainda que sem a espontaneidade do momento, as "jam sessions" de outrora.

Definir o swing é algo muito mais difícil. Trata-se de algo que engloba o fraseado, o ritmo, o ataque das notas. O swing não se escreve numa partitura, por mais detalhada e precisa que seja a sua notação. A definição dada por André Francis, em seu livro Jazz, é bastante interessante: "tocar com swing, swingar, significa trazer à execução de uma peça um certo estado rítmico que determine a sobreposição de uma tensão e de um relaxamento". Esta é a dialética do swing, por assim dizer: dar flexibilidade a um ritmo, dar "balanço" a uma frase, e contudo manter a precisão, preservar o foco da música, evitando que ela perca o caráter incisivo.

Podemos usar uma analogia sugerida por Charles Mingus para caracterizar o swing: vamos partir de uma música na qual os tempos estão precisamente definidos. Em seguida delimitamos um "halo", uma pequena região ao redor da posição original de cada nota: a nota, agora, pode cair em qualquer ponto dessa região, a critério do executante. A música como um todo, portanto, oscila caprichosamente dentro dessas regiões de "incerteza". É importante que o âmbito dessas pequenas regiões não ultrapasse aquele ponto no qual o ritmo deixa de ser swingado para se tornar impreciso. Como se determina esse ponto? Os bons músicos de jazz têm uma intuição desenvolvida a tal ponto que mantêm esse jogo de precisão e imprecisão perfeitamente sob controle, o tempo todo - e o resultado, todos nós conhecemos: o deleite de escutar uma interpretação cheia de swing.

Saxofone: 12 super dicas - por André Paganelli



DICA 1

Sempre que terminar de tocar, limpe bem o seu instrumento. É bom para ele e é bom também para a sua saúde e higiene. Se por acaso não der para limpá-lo todo, limpe, pelo menos, a boquilha e a palheta do saxofone. A limpeza pode ser feita simplesmente com uma flanela, pedaço de pano ou mesmo com uma fralda (limpa!). Lave e desinfete periodicamente sua boquilha com água, detergente e álcool.

DICA 2

Cuidado ao transportar seu instrumento nos estojos portáteis de couro, tecido, materiais sintéticos, etc. Fica mais leve, mais fácil de transportar e também fica muito mais vulnerável, sujeito a pancadas, amassaduras e poderá empenar as chaves, provocando pequenos, ou até grandes vazamentos.

DICA 3

Se você quiser reduzir o volume do som do seu instrumento ao estudar em sua residência, abra a porta do guarda-roupa e toque voltado para dentro. Mas sem retirar as roupas, pois estas reduzem consideravelmente o volume. No início é um pouco estranho, mas depois você se acostuma. Coisa de louco não é?

DICA 4

Nunca deixe de fazer notas longas. Elas melhoram seu som e, o que é importante, o mantêm. Também conserva a resistência da coluna de ar diafragmática.

DICA 5

Para exercitar o diafragma e melhorar seu sopro, coloque um guardanapo de papel na parede na altura de sua boca, sopre em direção a ele e não o deixe cair. Faça este exercício em torno de 5 minutos. Não mais que isso.

DICA 6

Sabe como é que se consegue ter uma leitura rápida e dinâmica?
- Ter habilidade técnica mínima compatível com a peça preterida;
- Concentração;
- Realizar uma leitura global sem o instrumento em toda a música, detectar os pontos mais "difíceis" e entendê-la em sua forma, voltas e repetições;
- Ler sempre um compasso à frente. Há músicos que lêem mais de um;
- Ter calma, muita calma.

DICA 7

Antes de comprar o instrumento desejado faça uma pesquisa, pois os preços poderão variar em até 50%. Dê uma andada nas lojas ou telefone. Consulte a lista telefônica, a central de informações da telefônica de sua cidade, amigos, etc. Se for comprar um instrumento usado, preste bastante atenção nos detalhes, mesmo que pequenos. Não se detenha na aparência. Teste-o antes, se não estiver bom, não compre. Continue procurando pois você, certamente, encontrará um bom instrumento e por um preço satisfatório.

DICA 8

Para decorar uma música é preciso primeiro entendê-la. Escute-a, mesmo que você esteja tocando. Cantá-la antes de tocar é bom e aperfeiçoa a afinação e ritmo.

DICA 10

Está difícil tocar aquela escala, música ou um trecho dela? É fácil, bem fácil. Toque-a devagar (bem devagar) acompanhando a batida do metrônomo e vá subindo (o marcador do metrônomo) de dois em dois pontos. Você, certamente, conseguirá.

DICA 11

Tenha sempre anotado em algum lugar o número e o modelo do seu instrumento. Em caso de furto ou roubo isto será essencial para identifica-lo após feito o boletim de ocorrência em uma delegacia. Tire cópias e entregue em todas as lojas de reparos e usados que conhecer. Ore, e aguarde,. A sua parte está feita! Os.: Isso já funcionou comigo!

DICA 12

Se você é aquele que prepara suas palhetas com cortes e lixa, tenha sempre em seu estojo uma palheta reserva preparada de igual modo. Nunca se sabe quando a número pode quebrar!

André Paganelli

A origem das notas musicais

Guido DArezzo (995 — 1050) foi um monge italiano e regente do coro da Catedral de Arezzo (Toscana).

Foi o criador da pauta musical e batizou as notas musicais com os nomes que conhecemos hoje: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si, baseando-se em um texto sagrado em latim, cantado pelas crianças do coral para que São João os protegesse da rouquidão:

UTqueant laxis
REsonare fibris
MIra gestorum
FAmuli tuorum
SOLve polluti
LAbi reatum
SANcte Ioannes
Que significa:

"Para que nós, teus servos,
possamos elogiar claramente
o milagre e a força dos teus atos,
absolve nossos lábios impuros, São João"

O sistema de Guido dArezzo sofreu algumas pequenas transformações no decorrer do tempo: a nota Ut passou a ser chamada de dó e a nota San passou a ser chamada de si(por serem as inicias em latim de São João, Sancte Ioannes), enquanto que a pauta ganhou linhas e espaços a mais, embora sua essência continue a mesma.

Algumas dicas aos músicos


1- O músico precisa aprender a se "mixar" no grupo, aprender a ouvir os outros instrumentos, afinal, é um conjunto musical.

2- Todo músico deve treinar prática de conjunto se quiser amadurecer mais rapidamente.

3- A teoria musical é fundamentalmente necessária, mas entre a teoria e a prática há uma distância que poucos querem percorrer.

4- "Um bom médico não é aquele que receita um remédio sem saber o que está fazendo. Um bom músico não é aquele que toca sem saber o que faz".

5- Autodidata - Há um engano no uso deste termo, pois há muitos analfabetos musicais dizendo-se autodidatas (uma desculpa para a preguiça), autodidata é aquele que estuda sem um professor, mas estuda.

6- Uns falam antes de tocar algo, outros tocam antes de falar algo. Eis a diferença entre "músicos" e músicos.

7- O músico deve aprender a conduzir uma música como ela é e não como ele acha que deve ser. Isto é maturidade.

8- Há músicas em que o metrônomo só serve para o primeiro compasso, porque necessitam de uma interpretação flexível.

9- A pulsação rítmica bem como o andamento são para serem sentidos e não ouvidos. Este princípio é para todos, mas fundamental para bateristas e percursionistas.

10- Acompanhar um cântico é antes de tudo uma prática de humildade e sensibilidade. Nas igrejas, geralmente, os músicos querem mostrar toda a sua técnica em hora errada. O correto é usar poucas notas, não saturar a harmonia, inserir frases nos espaços melódicos apenas, e o baterista conduzir. Ou seja, economize informações musicais!

11- Há uma tendência atual de supervalorizar a velocidade do músico, quantas notas ele executa por tempo. Velocidade não é sinônimo de bom músico. O bom músico é aquele que tem a sensibilidade de fazer a coisa certa na hora certa. A velocidade é uma consequência.

12- A técnica deve ser estudada e sempre aprimorada, mas lembre-se de que é um meio de facilitar a execução da música e não um meio de exibicionismo.

13- Uma boa maneira de aprimorar a interpretação é aprender primeiro a se ouvir, depois executar. Tem gente que canta e toca e não sabe o que está fazendo; acostume então a gravar o que é executado e seja autocrítico, estude, grave e ouça o que estudou; com o tempo você encontrará a forma ideal para a sua execução.

14- Lembre-se: pausa também é música, portanto, "não sole na pausa".

15- A música possui três elementos básicos: harmonia, melodia e ritmo. Procure distribuir os instrumentos musicais no arranjo conforme estes elementos. Há instrumentos harmônicos e melódicos, há somente melódicos, há rítmicos e instrumentos que fazem os três, mas defina no ensaio ou arranjo, quais serão os devidos "papéis" para cada instrumento.

16- A escolha do tom de uma música depende do canto; este deve ser dentro da tessitura vocal e confortável para ela. Mesmo que o tom escolhido não seja o mais confortável para o instrumentista ele deve executá-lo. Outra observação é que o tom pode influenciar na soronidade da música vocal com acompanhamento. O problema é que muitos confundem. Na música instrumental, a técnica e a expressão são mais exigidos porque as notas devem transmitir algo. Na música onde há o canto, a ênfase é para a mensagem, portanto, não deve ser interferida por outros elementos.

17- Versatilidade - Procure ser o mais possível. Saiba ouvir vários estilos, do erudito ao moderno, ouça com ouvido crítico e analítico. Saiba ouvir. Extraia coisas boas de cada estilo. Outro detalhe, é o músico não ficar "preso" somente ao seu instrumento, saiba apreciar a forma de execução como sonoridade e fraseado de outros instrumentos.

Como posso registrar minha obra musical? E o nome da minha banda?


O ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição é uma sociedade civil, de caráter privado, organizado por associações de compositores, músicos, intérpretes e demais titulares, que tem por finalidade arrecadar e distribuir os direitos autorais decorrentes da execução pública das obras musicais, lítero-musicais e de fonogramas.

Portanto, o ECAD não é o órgão responsável nem pelo registro de obras musicais, nem pelo o registro de nome de bandas. Existem entidades específicas para estes casos.

Para registrar sua música, procure a Escola Nacional de Música ou o EDA – Escritório de Direito Autoral, órgão da Fundação Biblioteca Nacional (www.bn.br/eda), responsável pelo registro de obras intelectuais. Este registro permite o reconhecimento da autoria, especifica os direitos morais e patrimoniais e estabelece prazos de proteção tanto para o titular quanto para os seus sucessores.

Informamos que, mesmo com o advento da nova Lei 9.610/98, os arts. 18 e 19 da Lei Autoral anterior (Lei nº 5.988/73) continuam em vigor, dispondo que o registro das obras é facultativo e que a proteção dos direitos autorais independe do respectivo registro.

Quanto ao nome da banda, o registro deverá ser realizado junto ao INPI – Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, podendo ser feita uma busca prévia pelo nome escolhido. Mais informações poderão ser obtidas no site www.inpi.org.br.

Dicas para Músicos - Violino

Confira algumas técnicas usadas ao se tocar violino.
Pizzicato
Os violinistas nem sempre usam o arco quando tocam - de vez em quando beliscam as cordas, o que é chamado de "pizzicato" (pronuncia-se pitzi-cato). Raramente o pizzicato se estende pela melodia inteira, mas no balé Sylvia o compositor francês Delibes escreveu um movimento inteiro em que todos os instrumentos de corda deixam de lado seus arcos para tocar a famosa Polka-Pizzicato. Quando lêem na partitura a palavra "arco", os executantes interrompem o pizzicato e voltam a usar o arco.

Tocando com surdina
Fixando-se um grampo de madeira sobre o cavalete do violino, reduz-se a força das vibrações que alcançam a caixa de ressonância. Isso funciona com uma surdina, ou abafador de som. Violinos em surdina soam muito distantes e delicados. Os compositores usam os termos italianos "con sordini" (com surdina) e "senza sordini" (sem surdina).

Sul ponticello
Expressão italiana que significa "na pontezinha". Em partitura para violino, indica que o violinista deve passar o arco próximo ao cavalete, o que origina um som de timbre agudo, de arranhudura.

Col legno
O excitante começo de "Marte, o Mensageiro da Guerra", da suíte de Holst Os Planetas, apresenta as cordas soando com um curioso efeito estalado. É o que se chama col legno - "com a madeira". O arco é seguro de lado, de tal maneira que cada nota tocada a madeira do arco bata na corda.

Vibrato
Uma das importantes técnicas de instrumentos de cordas. O dedo da mão esquerda que prende a corda oscila levemente, causando uma flutuação no tom e enriquecendo o som. O vibrato é usado sobretudo em notas longas. Alguns violinistas preferem não usá-lo quando tocam músicas muito antigas.

Corda dupla
"Corda dupla" significa tocar duas notas de uma só vez. Alguns compositores pedem acordes de três e até quatro notas, mas no violino não é possível tocar simultaneamente mais do que duas notas.

Harmônicos
São notas suaves, semelhantes às da flauta, produzidas pelo toque muito leve sobre a corda (sem pressionar a nota) e a delicada passagem do arco. São usadas com mais freqüência na música moderna.


Glissando
A palavra indica ao executante que deve escorregar o dedo sobre a corda, de uma nota a outra (o que permite que todos os sons interpostos sejam ouvidos). Os glissandos aparecem quase exclusivamente nas músicas do século XX.
Os instrumentos como o violino dependem da vibração das cordas para emitir som. As cordas vibram quando o arco passa por elas, mas produzem muito pouco som, que só fica suficientemente forte para ser ouvido quando as vibrações passam pelo cavalete para o corpo oco, ou caixa de ressonância do instrumento.
Os ouvidos ou ff são os orifícios que ajudam as vibrações geradas no corpo do instrumento a atingir o espaço externo e finalmente nossos ouvidos, onde se convertem em som.