segunda-feira, 31 de maio de 2010

Um site de música, tem que ter músicos! Um pouco de Arthur Maia!

À primeira vista, ele é o contrabaixista da banda de Gilberto Gil há mais de dez anos; aquele que começou a tocar baixo aos 15 anos e que, aos 17, acompanhava Luiz Melodia, depois passando por Ivan Lins e Marcio Montarroyos.

Mas basta uma conversa com Arthur Maia para notar as diversas "frentes de trabalho", como prefere chamar, nas quais atua. Como produtor musical, baixista, secretário de Turismo, Indústria e Comércio da cidade de Conceição de Macabu (município a 200 km de Niterói), coordenador do Niterói MusiFest Instrumental e criador do selo Cabeçadura Records, projetos não faltam na vida do carioca que adotou a cidade de Araribóia aos 14 anos.

No momento, o mais importante deles é a construção de um estúdio próprio, o QG, que reflete, na essência de seu nome, a intenção de um Arthur que pretende centralizar suas multifunções. "Não dá para viver sem um escritório". Assessoria de imprensa, computação gráfica e lutheria serão abrigadas pela construção há um ano e meio em obras, localizada em Piratininga, Niterói.

A idéia de um novo estúdio, já acalentada por Arthur, tomou força depois da morte de Marcos Heiser, seu sócio no Estúdio Arte. E quando lembra disso, seu olhar vai longe e lamenta a perda do amigo. Fora o momento triste, o artista intercala as muitas histórias de carreira com gargalhadas que misturam a habilidade de rir de si mesmo e a nostalgia quase inerente a um músico que está há tempos na estrada.

Contrabaixo foi "inevitável"


Baixista em show solo

"Precoce" seria um bom adjetivo se Arthur não fosse filho de pais íntimos do meio musical. O pai era autodidata e tocava violão (instrumento que ensinou a Luizão Maia). A mãe canta e até hoje faz participações especiais nos shows do filho. Além disso, o pequeno Maia ainda era sobrinho de Luizão, um dos maiores contrabaixistas brasileiros. Por isso, tocar bateria aos quatro anos de idade nunca soou estranho. Menos ainda, ganhar um baixo no aniversário de 15 anos. Aos poucos, Arthur percebeu que as baquetas foram uma ponte para o instrumento que seria definitivo. "Tanto a bateria quanto o baixo são instrumentos de pulsação."

Arthur admite buscar em seu trabalho esse swing, esse pulsar: "Gosto da swingada". Desde a infância ouvindo James Brown, aos dez anos foi a um show do artista. No repertório dos bailes do subúrbio carioca nos quais tocava, The Fevers, Devaneios, Brazilian Boys e Roupa Nova, entre outras bandas. Hoje, ouve Elis Regina, Seu Jorge, Sérgio Groove (baixista da cidade de natal) e Alexandre Cunha (baterista de Campinas).

Depois das suas apresentações com o grupo, disposição era o que não faltava. Para driblar a pouca idade, Arthur rabiscava um bigode postiço no rosto e aproveitava a noite. Em meio aos adultos, cresceu.

Começou com o músico Marcu Ribas. Aos 17 anos, já tocava com Luiz Melodia. Aos poucos, o curso de Composição e Regência na Universidade Federal do Rio de Janeiro, ficava cada vez mais distante da carreira que Maia havia escolhido seguir. Apesar disso, foi na faculdade, justamente na carteira ao lado, onde encontrou um dos professores e amigos que fez durante a carreira. Através de Sérgio Benevento, mestre pela Universidade Berkelee, na Califórnia, o músico aprofundou-se no estudo do jazz. Durante cerca de dois anos, estudou de dez a 12 horas por dia, investindo naquilo que era prazer e se tornava profissão.

"As coisas aconteceram rápido. Sempre achei que iria morrer antes dos 40 anos". Em seus primeiros trabalhos, Artur conta que seu salário já era maior do que o do próprio pai. O primeiro carro veio antes mesmo de ter idade para tirar a carteira. Em sua primeira viagem como motorista, ligava de 100 em 100 km para casa, mandando notícias.

Participações em diversas bandas enriquecem estilo musical

Depois do período na faculdade, as "aulas" passaram a ser no palco. O envolvimento em vários projetos, como as bandas "Garage", "Banda de Lá", "Varanda", "Pulsar", "Egotrip", revela a necessidade de o músico buscar outros caminhos além daqueles que percorria integrando as bandas de Ivan Lins e Martinho da Vila. "Música sempre foi minha religião".

No grupo "Cama de Gato", o primeiro trabalho, "Som da Gente", vendeu 50 mil cópias, depois vieram mais cinco CDs. A banda "Black Rio" foi outro sucesso. Hoje, com uma formação diferente da original, terá Arthur Maia como convidado na gravação do próximo CD. A experiência em tocar com tantos músicos, traduziu-se em turnês pela África, EUA e Europa. Forró e reggae foram alguns dos ritmos aprendidos no trabalho de dez anos com Gilberto Gil.

Para o músico, o mercado da época investia mais na diversidade de artistas. Reflexo disso era a sua rotina de trabalho que costumava se estender das 9h até 3h da madrugada.

A força que movia Arthur a se envolver em novos projetos foi direcionada para um trabalho solo em 1991. Sem tempo e já com sua própria família, veio o CD "Maia". Através de um ato de confiança de Celso Ferraz, dono do estúdio no qual o trabalho foi gravado, Arthur venceu o principal empecilho à realização de um trabalho solo: o custo das horas em estúdio. O pagamento ao dono foi efetuado após a gravação de "Maia".

Modelo próprio de cordas e novo trabalho são os atuais projetos


Arthur Maia em show

Os tempos são outros. Com anos de carreira, hoje, Arthur é endorsee da Warick, há 12 anos, da Zoom, da Warm Music, há um ano, e da Santo Angelo. E é aqui que se revela mais uma "frente de trabalho" na qual ele atua. Além de tocar instrumentos, Maia gosta de adaptar suas ferramentas de trabalho. Como endorsee também da marca Solez, desenvolve um modelo próprio de cordas. O músico acredita que o mercado brasileiro é forte e possui personalidade própria.

Agora trabalha no seu novo disco, ainda sem nome. O CD, com lançamento previsto para meado de 2006, já conta com quatro faixas, gravadas entre Angola, Moçambique e Niterói, e a participação do guitarrista Scott Anderson. Também de Moçambique, é o grupo que será produzido por Arthur que produziu artistas em Portugal, Noruega e Holanda. São os frutos de mais de "vinte anos de contatos", como o próprio Maia se refere ao falar sobre as participações internacionais em seus CDs e as produções em outros países.

É com otimismo que Arthur vê o espaço reservado à música instrumental atualmente: "As pessoas começam a acreditar que dar opção de cultura [música instrumental] é mais gratificante que dar opções que já existem". Segundo ele, nos último quatro anos, houve uma melhora significativa nas oportunidades de apresentações. Em 2004, realizou 12 shows em diferentes regiões do país.
Os privilegiados ainda podem conferir Arthur tocar discretamente em um bar de um amigo perto de sua casa em Niterói. A "brincadeira" acontece todas as terças-feiras. As discretas apresentações já chamaram a atenção do dono do bar ao lado que fez convite para Arthur mudar de palco.

Clarinete para tocar Quartos de Tom

Este clarinete muito original foi construído especialmente para tocar músicas usando untervalos de quartos de tom. Usando dedilhados especiais, um clarinetista experiente consegue tocar esse tipo de intervalo num clarinete convencional. No entanto, esses dedilhados são desajeitados em passagens rápidas, e os resultados tendem a variar de um clarinete para outro. O construtor de instrumentos Fritz Schüller (1883-1977) de Markneukirchen, Alemanha, fez uma tentativa de criar um clarinete que superasse esses problemas. É feito de uma única boquilha conectada a dois tubos paralelos, sendo um ligeiramente mais longo que o outro; efetivamente são dois clarinetes afinados com um quarto de tom de diferença. Um conjunto de chaves controla simultaneamente os dois tubos, e uma válvula próxima à boquilha pode trocar rapidamente de um tubo a outro quando acionada por uma chave no polegar direito.
Músicas para clarinete de quartos de tom foram escritas por Alois Hába and Viktor Ullmann.

UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE O CLARINETE

Podemos buscar a origem do instrumento no antigo Egipto, onde tocavam um instrumento chamado memet, que tinha uma palheta cortada no próprio tubo. Este tipo de instrumento, é chamado de instrumento idioglótico. Outros instrumentos ancestrais, podem ser o aulos grego, o cuen kan chinês, o arghul árabe e o pibgorn galês. Todos estes instrumentos tinham palheta simples, e um ou dois tubos. O chalumeau, é outro instrumento de palheta simples, que segundo alguns investigadores, era tocado a 200 anos atrás, mas outros defendem que foi desenvolvido na Idade Média. A diferença mais importante entre o antigo chalumeau e os primeiros clarinetes, foi a chave de registo, que aumentou consideravelmente a extensão do instrumento, soando mais agudo, fazendo lembrar uma trompete. Desta similitude, nasceu o seu nome, pois deriva da palavra italiana para o trompete, clarino, que deu pequeno clarino, ou clarinetto. Admite-se que a invenção da chave de registo é da responsabilidade do alemão Johann Christian Denner, ou dos seus filhos, pois a primeira menção ao instrumento aparece em 1710, 3 anos depois da morte deste senhor. Por volta de 1800, o clarinete tem já 5 ou 6 chaves. Em 1812, o clarinetista Iwan Muller, construiu um clarinete com 13 chaves, suficiente para tocar em qualquer tonalidade com fluência. Também foi o primeiro a usar a virar a boquilha para baixo, e por conseguinte, a palheta em contacto com o lábio inferior, além de usar uma liga metálica para a construção de certas partes do instrumento. Meio século depois, Carl Barmann, adicionou mais 5 ou6 chaves, e 50 anos depois, Oskar Oehler usou o modelo de Barmann, para construir o seu próprio instrumento, que muitos clarinetistas profissionais alemães, ainda usam actualmente. Melhoramentos no clarinete de Muller, foram feitos na Bélgica por Eugène Albert, Adolfe Sax, que além de se ocupar com os clarinetes, inventou por volta de 1840, o sax-o-phone. Pela mesma altura, em França, Hyacinthe Klosé e Louis Auguste Buffet, trabalhavam iguakmente no clarinete. Aproveitaram algumas ideias de Theobal Boehm, inventor da flauta moderna, aplicando-as ao clarinete. De lá para cá, muito pouco mudou no instrumento.
A família do clarinete – consiste no imediato em pelo menos 13 instrumentos em diversas tonalidades. Este instrumento, aparece em vários tamanhos. O mais popular é o clarinete soprano em sib, seguido do clarinete soprano em lá. Existem também clarinetes soprano mais pequenos em dó, ré e mib. Como o clarinete em mib é bastante pequeno, normalmente, vem num corpo só, sem junção superior e inferior. Existem ainda clarinetes mais pequenos, encontrados em bandas na Europa, incluindo o clarinete sopranino em mi e láb. Todos os outros clarinetes soam mais grave. Um exemplo é o clarinete basset, que é na realidade um clarinete extra longo do clarinete soprano em lá. Isto significa que a nota mais grave é o dó em vez do mi. O famoso concerto para clarinete de Mozart, foi em realidade escrito para este instrumento, conhecido como clarinete Mozart. O clarinete em fá, é quase como o clarinete alto em mib. Existe ainda o clarinete contralto, que soa uma oitava abaixo do clarinete alto, e clarinete contrabaixo, que soa uma oitava inferior do clarinete baixo. Os clarinetes mais pequenos e os maiores que o clarinete soprano, são chamados colectivamente de clarinetes de harmonia, pois nas orquestras, são usados para fazer as harmonias que acompanham as melodias ou os solistas. Existem ainda clarinetes menos comuns, como por exemplo o clarinete soprano em metal afinado em sol, e usado na música turca e grega. Vários países e regiões possuem os seus próprios modelos de clarinetes. O importante a reter, é que todos são instrumentos de palheta simples, embora o seu número de chaves e buracos pode variar, como é o caso de um clarinete em madeira húngaro, chamado tárogató.
Instrumentos de sopro – o clarinete pertence à família das madeiras, como outros instrumentos que passaremos a referir seguidamente: o saxofone, que será o instrumento mais próximo do clarinete, em especial semelhanças na boquilha e na própria mecânica. A maior diferença entre os dois instrumentos, é que o saxofone é inteiramente cónico desde a boquilha à campânula. Se abrirmos o registo no saxofone, a nota soará uma oitava acima, ao contrário do clarinete, que quando se abre o registo, soará uma 12ª acima. Outro instrumento da família, é a flauta, que apresenta muitas semelhanças a nível do mecanismo, que como já foi dito, usa em ambos os casos o sistema Boehm, inventado para a flauta. Falamos agora do oboé e do fagote: tem tubo cónico como o saxofone, mas é feito em madeira como o clarinete. No entanto soa muito diferente, pois usa uma palheta dupla, onde o som é produzido, pela vibração das palhetas uma contra a outra.
Para terminar, é de referir que o clarinete comporta-se como um tubo fechado, o que em termos acústicos implica que ao accionar a chave de oitava, o som produzido vibrará 3 vezes mais rápido que o som sem o registo. Por outras palavras, o clarinete só produzirá harmónicos ímpares, ao contrário dos outros instrumentos que se comportam como tubos abertos, ou por terem tubos cónicos ou por serem abertos em ambas as extremidades.
Marcas – comparada com fabricantes de violinos e guitarras, o número de fabricantes de clarinetes é reduzida. As três empresas francesas Buffet-Crampon, Leblanc e Henri Selmer, são as que mais vendem no mundo. Yamaha, construtor japonês, é também uma marca importante a nível mundial.
Existem outras marcas que merecem menção: Amati – companhia chaca, Artley e Selmer dos Estados Unidos, Hanson do Reino Unido, as tailandesas Dixon e Júpiter , Orsi e Ripamonti da Itália, e a chinesa Lark. Estas marcas trabalham mais, na gama mais barata de clarinetes existentes no mercado. Por outro lado, existem pequenos fabricantes, que produzem instrumentos na gama mais cara, como por exemplo as britânicas Eaton e Howarth, a italiana Patricola e a Rossi do Chile, cujos produtos incluem clarinetes em sib fabricados sónuma peça. Existem os fabricantes alemães que fabricam exclusivamente com o sistema alemão como a Bernd Moosman, Richard Keilwerth, Arthur Uebel, Puchner, Schwenk & Seggelke, Schreiber que colabora com a Buffet Crampon e a Hammerschmidt, que também fabrica clarinetes austríacos. A marca alemã mais conhecida é a Herbert Wurlitzer, que fabrica clarinetes muito caros, mas que muitas orquestras de renome exigem que os seus músicos possuam instrumentos desta marca. 

Grupos e orquestras – o clarinete é um instrumento muito versátil, que se integra em bandas de instrumentos de sopro, bandas de salão, orquestras sinfónicas, grupos de música de câmara, emsembles só de clarinetes, concertos para solistas, grupos de jazz, música cigana, música folclórica, dixiland, etc.