segunda-feira, 31 de maio de 2010

UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE O CLARINETE

Podemos buscar a origem do instrumento no antigo Egipto, onde tocavam um instrumento chamado memet, que tinha uma palheta cortada no próprio tubo. Este tipo de instrumento, é chamado de instrumento idioglótico. Outros instrumentos ancestrais, podem ser o aulos grego, o cuen kan chinês, o arghul árabe e o pibgorn galês. Todos estes instrumentos tinham palheta simples, e um ou dois tubos. O chalumeau, é outro instrumento de palheta simples, que segundo alguns investigadores, era tocado a 200 anos atrás, mas outros defendem que foi desenvolvido na Idade Média. A diferença mais importante entre o antigo chalumeau e os primeiros clarinetes, foi a chave de registo, que aumentou consideravelmente a extensão do instrumento, soando mais agudo, fazendo lembrar uma trompete. Desta similitude, nasceu o seu nome, pois deriva da palavra italiana para o trompete, clarino, que deu pequeno clarino, ou clarinetto. Admite-se que a invenção da chave de registo é da responsabilidade do alemão Johann Christian Denner, ou dos seus filhos, pois a primeira menção ao instrumento aparece em 1710, 3 anos depois da morte deste senhor. Por volta de 1800, o clarinete tem já 5 ou 6 chaves. Em 1812, o clarinetista Iwan Muller, construiu um clarinete com 13 chaves, suficiente para tocar em qualquer tonalidade com fluência. Também foi o primeiro a usar a virar a boquilha para baixo, e por conseguinte, a palheta em contacto com o lábio inferior, além de usar uma liga metálica para a construção de certas partes do instrumento. Meio século depois, Carl Barmann, adicionou mais 5 ou6 chaves, e 50 anos depois, Oskar Oehler usou o modelo de Barmann, para construir o seu próprio instrumento, que muitos clarinetistas profissionais alemães, ainda usam actualmente. Melhoramentos no clarinete de Muller, foram feitos na Bélgica por Eugène Albert, Adolfe Sax, que além de se ocupar com os clarinetes, inventou por volta de 1840, o sax-o-phone. Pela mesma altura, em França, Hyacinthe Klosé e Louis Auguste Buffet, trabalhavam iguakmente no clarinete. Aproveitaram algumas ideias de Theobal Boehm, inventor da flauta moderna, aplicando-as ao clarinete. De lá para cá, muito pouco mudou no instrumento.
A família do clarinete – consiste no imediato em pelo menos 13 instrumentos em diversas tonalidades. Este instrumento, aparece em vários tamanhos. O mais popular é o clarinete soprano em sib, seguido do clarinete soprano em lá. Existem também clarinetes soprano mais pequenos em dó, ré e mib. Como o clarinete em mib é bastante pequeno, normalmente, vem num corpo só, sem junção superior e inferior. Existem ainda clarinetes mais pequenos, encontrados em bandas na Europa, incluindo o clarinete sopranino em mi e láb. Todos os outros clarinetes soam mais grave. Um exemplo é o clarinete basset, que é na realidade um clarinete extra longo do clarinete soprano em lá. Isto significa que a nota mais grave é o dó em vez do mi. O famoso concerto para clarinete de Mozart, foi em realidade escrito para este instrumento, conhecido como clarinete Mozart. O clarinete em fá, é quase como o clarinete alto em mib. Existe ainda o clarinete contralto, que soa uma oitava abaixo do clarinete alto, e clarinete contrabaixo, que soa uma oitava inferior do clarinete baixo. Os clarinetes mais pequenos e os maiores que o clarinete soprano, são chamados colectivamente de clarinetes de harmonia, pois nas orquestras, são usados para fazer as harmonias que acompanham as melodias ou os solistas. Existem ainda clarinetes menos comuns, como por exemplo o clarinete soprano em metal afinado em sol, e usado na música turca e grega. Vários países e regiões possuem os seus próprios modelos de clarinetes. O importante a reter, é que todos são instrumentos de palheta simples, embora o seu número de chaves e buracos pode variar, como é o caso de um clarinete em madeira húngaro, chamado tárogató.
Instrumentos de sopro – o clarinete pertence à família das madeiras, como outros instrumentos que passaremos a referir seguidamente: o saxofone, que será o instrumento mais próximo do clarinete, em especial semelhanças na boquilha e na própria mecânica. A maior diferença entre os dois instrumentos, é que o saxofone é inteiramente cónico desde a boquilha à campânula. Se abrirmos o registo no saxofone, a nota soará uma oitava acima, ao contrário do clarinete, que quando se abre o registo, soará uma 12ª acima. Outro instrumento da família, é a flauta, que apresenta muitas semelhanças a nível do mecanismo, que como já foi dito, usa em ambos os casos o sistema Boehm, inventado para a flauta. Falamos agora do oboé e do fagote: tem tubo cónico como o saxofone, mas é feito em madeira como o clarinete. No entanto soa muito diferente, pois usa uma palheta dupla, onde o som é produzido, pela vibração das palhetas uma contra a outra.
Para terminar, é de referir que o clarinete comporta-se como um tubo fechado, o que em termos acústicos implica que ao accionar a chave de oitava, o som produzido vibrará 3 vezes mais rápido que o som sem o registo. Por outras palavras, o clarinete só produzirá harmónicos ímpares, ao contrário dos outros instrumentos que se comportam como tubos abertos, ou por terem tubos cónicos ou por serem abertos em ambas as extremidades.
Marcas – comparada com fabricantes de violinos e guitarras, o número de fabricantes de clarinetes é reduzida. As três empresas francesas Buffet-Crampon, Leblanc e Henri Selmer, são as que mais vendem no mundo. Yamaha, construtor japonês, é também uma marca importante a nível mundial.
Existem outras marcas que merecem menção: Amati – companhia chaca, Artley e Selmer dos Estados Unidos, Hanson do Reino Unido, as tailandesas Dixon e Júpiter , Orsi e Ripamonti da Itália, e a chinesa Lark. Estas marcas trabalham mais, na gama mais barata de clarinetes existentes no mercado. Por outro lado, existem pequenos fabricantes, que produzem instrumentos na gama mais cara, como por exemplo as britânicas Eaton e Howarth, a italiana Patricola e a Rossi do Chile, cujos produtos incluem clarinetes em sib fabricados sónuma peça. Existem os fabricantes alemães que fabricam exclusivamente com o sistema alemão como a Bernd Moosman, Richard Keilwerth, Arthur Uebel, Puchner, Schwenk & Seggelke, Schreiber que colabora com a Buffet Crampon e a Hammerschmidt, que também fabrica clarinetes austríacos. A marca alemã mais conhecida é a Herbert Wurlitzer, que fabrica clarinetes muito caros, mas que muitas orquestras de renome exigem que os seus músicos possuam instrumentos desta marca. 

Grupos e orquestras – o clarinete é um instrumento muito versátil, que se integra em bandas de instrumentos de sopro, bandas de salão, orquestras sinfónicas, grupos de música de câmara, emsembles só de clarinetes, concertos para solistas, grupos de jazz, música cigana, música folclórica, dixiland, etc.

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